Ciência explica por que é melhor ver o lado cheio do copo
Por Emi Sasagawa - 2 semanas atrásCérebro possui “sistema imunológico psicológico” que procura ver o lado bom da situação.
Todos queremos ser felizes. De fato, pode-se dizer que basicamente tudo que fazemos tem como objetivo atingir a felicidade. Trabalhamos duro para conseguir a promoção almejada, juntamos dinheiro para comprar a casa perfeita, buscamos um parceiro para compartilhar os grandes momentos da vida. Todos esses são exemplos de coisas que fazemos para sermos mais felizes. Acontece que eles também mostram a nossa tendência de ver a felicidade como algo externo.
Quem de nós já não pensou: “Eu seria mais feliz se... tivesse, ganhasse ou conquistasse algo”? É provável que a realização de qualquer um desses cenários nos faria mais contentes, mas isso não quer dizer que ser feliz depende de satisfazer as vontades. De acordo com Dan Gilbert, professor de psicologia da Universidade de Harvard e autor da teoria da felicidade sintetizada, não ter o que queremos nos faz tão felizes como tê-lo.
Ele conta a seguinte história. Dentro do nosso cérebro, temos uma estrutura chamada córtex pré-frontal que atua como um simulador de experiência. É ele que nos permite deduzir que não gostamos de comer minhoca, mesmo que nunca tenhamos mastigado uma. Mas esse simulador mental não é perfeito. Muitas vezes, achamos que uma situação vai ter um impacto muito maior do que tem na realidade. Por exemplo, vários estudos mostram que a diferença de impacto entre ganhar ou perder uma eleição, passar ou não passar em um teste é na verdade muito menor do que achamos.
Tudo isso porque, no final das contas, o cérebro é capaz de sintetizar uma certa dose de felicidade, independentemente da realidade externa. Segundo Gilbert, felicidade natural é o que obtemos quando temos o que queremos. Já felicidade sintetizada é o que criamos quando não conseguimos o que queremos. Basicamente, ela é o nosso sistema imunológico psicológico. Ou seja, um sistema de processos cognitivos, em grande parte não conscientes, que nos ajuda a mudar nossa visão do mundo para que possamos nos sentir melhor sobre a nossa situação atual.
Uma pesquisa feita com alunos universitários mostra que esse sistema funciona melhor quando não temos escolha. É como a diferença entre namoro e casamento. No namoro, você busca conseguir o que deseja do parceiro ou trocá-lo. No casamento, você encontra uma maneira de gostar do que tem. Quando temos escolhas, nos preocuparmos com a oportunidade perdida. Quando não as temos, focamos em tirar o melhor da situação.
Você deve estar perguntando: “Então como eu faço isso, como eu sintetizo a felicidade?” Bem, você provavelmente já o está fazendo sem perceber, cada vez que consegue ver o lado positivo de uma situação indesejável. Mesmo assim, ficam duas dicas para sintetizar a felicidade conscientemente.
Em primeiro lugar, devemos aprender a não impor metas inatingíveis para sermos felizes. Se minha felicidade dependesse de ter R$ 100 milhões, estaria me condenando à infelicidade. O outro ponto é praticar sempre que possível o “Jogo do Contente” – em outras palavras, ver o bom no aparentemente ruim.
Contudo, isso não quer dizer que devemos nos contentar com o mínimo. Da mesma forma que é importante buscar objetivos tangíveis, também precisamos sonhar um pouco para crescer. A mensagem da felicidade sintetizada não é ficar parado. Pelo contrário, é agir sempre que possível, aprendendo a ser flexível quando necessário, para ser feliz em todos os momentos. Nas palavras do cantor Bobby McFerrin o lema é “Don’t worry, be happy”.
O que esse pensamento deixa para trás?
A noção popular que felicidade é atingida somente quando obtemos o que queremos. Segundo a felicidade sintetizada, podemos ser igualmente felizes realizando ou não os sonhos.
Que som combina com a felicidade sintetizada?
Don’t Worry, Be Happy – Bobby McFerrin
http://www.youtube.com/watch?v=d-diB65scQU
Frase famosa:
“O princípio básico é que todo mundo quer a felicidade, ninguém quer sofrer. E a felicidade vem principalmente da nossa própria atitude, mais do que de fatores externos. Se a sua própria atitude mental é correta, mesmo que você permaneça em um ambiente hostil, você se sentirá feliz.” – Tenzin Gyatso, 14º Dalai Lama.
Fonte: www.asboasnovas.com
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